"Nuvens Rosas

Quando eu era pequena eu gostava de algodão doce rosa.
Aquilo era algo fabuloso, como uma grande nuvem fofa e cor de rosa, que podia ser tocada, e que sumia na boca, magicamente, além de ser doce e te fazer sentir abraçado por dentro.
Como existem coisas fantásticas por aqui. E como as coisas mudam.
Porque, quando eu veria um homem passar vendendo algodão doces e o deixaria ir embora? Nunca. Como eu ia deixar algo tão incrível passar despercebido?
Mas é isso que eu tenho feito nesses anos todos. Eu tinha medo de me tornar isso que eu sou, mas acabei virando, e tenho a total consciência disso.
Eu me perguntava, como aldultos podem não gostar de brincar? Uma coisa que não entrava na minha cabeça. E como eles não gostam de algodão doce? Como?
Eu vejo homens vendendo sempre, mas eu somente lembro dos dias que eu achava aquilo a coisa mais mágica do mundo.
E hoje em dia eu penso, eu com vinte anos nas costas comprando algodão doce? Eu devia era tomar vergonha na cara e crescer! Afinal, aquilo é só açúcar com anilina.
Como eu podia gostar disso e achar a oitava maravilha do mundo?
Será que eu tava enganada ou eu só parei de enxergar?
- Moço! Me dá um? Cor de rosa!
Eu me peguei dizendo isso uns dias atrás. Acho que eu estava muito pensativa, sentada na grama da praça, que nem percebi quando eu disse. Tava esperando o Danilo e os meninos pro RPG, e olhando como as pessoas passavam apressadas, como se faltassem cinco minutos pra um cataclisma. Tinham também moças fazendo caminhada pra ficar dentro dos padrões ( e elas pareciam extremamente desconfortáveis com isso ) , caras correndo atrás dessas moças tentando exibir ao máximo seus músculos ( dança do acasalamento patética ), um casal de velhinhos namorando no banco ( talvez eu e o Dan daqui a um tempo :P ), cachorros cheirando aqui e ali. Foi quando passou um moço vendendo algodão doce de todas as cores. - Eu quero um rosa!
Eu podia sentir meus olhos brilhando, mas no meio da frase, pensei - Que estúpido isso! É só açúcar com anilina! Que que eu to dizendo... - Mas... Eu deixei essas barreiras pra lá. Alguma coisa aqui dentro quis falar mais alto e sempre era calada. Acho que tem uma parte de mim que nunca vai crescer na verdade, e foi essa parte que falou, enquanto a outra estava reparando as coisas ao redor. Acho mesmo que todo mundo tem essa partezinha lá dentro.
Então dessa vez ela falou, e bem alto, e eu percebi que, não é somente açúcar com anilina, e sim grandes nuvens rosas e doces.
Eu me senti feliz e desde então acho que não devemos nos podar pra fazer algo que queremos, pensando que não pode, por barreiras que nós mesmos criamos.
Coisas pequenas e lindas da vida. Coisas que são ignoradas.
Depois desse dia continuo achando algodão doce uma coisa meio mágica. É açúcar e anilina sim, mas por isso mesmo! Como pode surgir aquilo a partir de coisas tão simples e bestas? Teehee =P

Eu ganhei uma touca de banho de dia das crianças. Mas ela veio com uma mulher morta encaixada nela. Eu acho que ela morreu afogada na banheira, mas ela não para de gritar pra eu perguntar. Mortos gritam, não sabia não? Neh, não quero brincar com a touca de banho mais. ** tédio**"

Esse post foi tirado há muito tempo(muito mesmo), de um blog de uma garota que eu nem mesmo sei o nome. Ele parecia ter sido abandonado já há algum tempo, de modo que não pude saber mais nada sobre a garota. Só tenho esse post(o único do blog) e uma foto dela. Mas pra que fique claro, não fui eu quem escreveu, e não sei o nome dela, perdão.
Foi algo tão magnífico ler isso! Nossa, quase me faz chorar, é lindo! É realmente verdade isso que ela disse. Eu também amo algodão doce, mas quando vejo nunca tenho dinheiro. Me lembro de já ter pedido pra comprarem pra mim. ^^ É idiotice se privar das coisas que gostamos apenas porquê os outros(e ás vezes até nós mesmos) acham que já passou da idade, ou que não cairia bem. Devemos nos lembrar que toda e qualquer regra só existe se nós decidirmos aceitá-las. Portanto... Não importa o que seja, se vai lhe fazer feliz, faça. Esqueça todo o resto e aproveite as coisas boas, e mais importante, as coisas que você considera boas.