Eu acabei de achar isso aqui em uns arquivos da minha pasta de textos. A pasta aliás é uma bangunça, tem um monte de textos que salvo e depois não faço idéia de onde sairam, pois os nomes dos arquivos são os mais confusos possíveis, abreviações que crio na hora e juro que lembrarei para sempre. Então encontrei este poema e resolvi colocar ele aqui, mesmo que nem eu venha mais ver este blog, mas enfim... Acho que postarei vários textos e frases que encontrei lá perdidos. Tantos trechos de conversas com pessoas que foram ou ainda são importantes para mim. Escrever assim vai acabar sendo importante para mim também, pois logo farei vestibular, e faz muito tempo que não escrevo nada, até me esqueci como se faz.
Começou de súbito
A festa estava mesmo ótima
Ela procurava um príncipe
Ele procurava a próxima
Ele reparou nos óculos
Ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido
E ela achou aquilo o máximo
Os lábios se tocaram ásperos
Em beijos de tirar o fôlego
Tímidos, transaram trôpegos
E ávidos, gozaram rápido
Ele procurava álibis
Ela flutuava lépida
Ele sucumbia ao pânico
E ela descansava lívida
O medo redigiu-se ínfimo
E ele percebeu a dádiva
Declarou-se dela, o súdito
Desenhou-se a história trágica
Ele, enfim, dormiu apático
Na noite segredosa e cálida
Ela despertou-se tímida
Feita do desejo, a vítima
Fugiu dali tão rápido
Caminhando passos tétricos
Amor em sua mente épico
Transformado em jogo cínico
Para ele, uma transa típica
O amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando clínico
Da triste solidão, a rúbrica